quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Começos e Recomeços - Cap. 4




 * Elizabeth *

Acordei com um vento gelado entrando pela fresta da minha janela, levantei e fui pro banheiro lavar meu rosto.
Eu desci e fui recebida com o alegre "bom dia" dos meus pais. Não estava com fome — no geral, sempre como pouco no café da manhã — então simplesmente comi meu cereal e me joguei no sofá, assistindo Bob Esponja.
Já era quase 11hrs quando minha mãe me alertou animada:
— Pattie vai vir aqui hoje! Eu falei pra ela trazer seu filho pra vocês se conhecerem, ele é só um ano mais novo que você! Por quê não arrumamos as coisas? Eles vêm 13:30h !
"Só porque quero ficar o dia todo comendo ou jogando espalhada pelo sofá, muito obrigada." eu queria responder. Mal chegamos e nossa casa já vai virar ponto turístico ?
— Afe, mãe! Na moral, não quero 'receber visitas' hoje.. — respondi com uma cara de tédio proposital.
— Pois "na moral mano", você vai recebê-los de um jeito ou de outro! Vai! Tira esse pijama e depois dá uma arrumada aqui na sala enquanto eu tiro essas caixas espalhadas pela casa...!
Eu bufei e me levantei em direção às escadas. Coloquei uma calça capri, uma camiseta com uma estampa legal e meus all star básicos. Desci e comecei a arrumar a sala. Quando terminei já era 13:07h, então fui aproveitar o pouco tempo que tinha antes dos "convidados" chegarem, jogando Guitar Hero III.
Estava quebrando meus records quando a campainha tocou. Pausei meu jogo, gritei da escada "Eles chegaraaam!" pra minha mãe e fui atender a porta.
— Olá! Você deve ser a Elizabeth! Como cresceu! Que linda! — uma mãe muito carismática e linda. Seus olhos verdes brilhantes ficaram ainda mais claros expostos à luz do sol e ela possuía um sorriso cativante — não é, Justin ?
Ela se virou pra ele sorrindo e eu fiz os mesmo. Mas quando vi aqueles olhos, aqueles lábios — que continham um sorriso em respota à sua mãe — e o cabelo; de repente me veio uma imagem de um lindo garotinho brincando com meu irmão enquanto eu os observava tímida no parquinho.
Não acredito. Era ele. Aquele garotinho por quem meu coraçãozinho frágil de criança se acelerava. Dei risada pra mim mesma e nesse momento, fiquei feliz de ter trocado meu dia espalhada pelo sofá jogando e comendo porcarias; por ele.

* Justin *

Minha mãe estava super empolgada pra rever a família Conttine. Por um lado, eu também estava empolgado pra conhecer e reconhecer aqueles rostos.
Saímos de casa 13:15h, fomos andando devagar e minha mãe foi contando algumas histórias da família Conttine. Ela os conhecia a 18 anos! Foram histórias divertidas e demos risadas.
Estávamos chegando à porta deles e minha mãe começou a arrumar meu cabelo e mexer na minha roupa.
— Levanta essa calça, põe essa blusa pra dentro! Arruma essa postura e —  eu a interrompi.
  E fica calma! Não estamos indo à nenhum encontro com o presidente ou algo assim; são uma família normal e ainda seus amigos!
Ela riu e disse "ok".
Ela tocou a campainha e pudemos ouvir um grito avisando que havíamos chegado. Então ela abriu a porta e minha falou algo pra ela, mas eu estava com os pensamentos distantes.
Quando vi aqueles cabelos castanhos escuros e seu grande e belo sorriso, imediatamente me lembrei da linda garotinha que sempre me observava timidamente enquanto eu brincava com seu irmão, eu sorri. Eu nunca havia me esquecido daquela garotinha e até me culpava por nunca ter tido coragem de falar com ela.
Ela era linda, sempre foi.

Um comentário: