* Elizabeth *
— Agora?!? Que aconteceu?? — Justin falou, já recuperando a respiração.
— É!! Só vem pra cá, ok? DE CARRO!! Depois eu te explico!! Ou melhor, quando você chegar aqui, você vai ver!
Ouvi um barulho de...hum... tecidos, como se o celular estivesse passando no meio de tecidos pesados se movendo e logo atrás uma risadinha... feminina.
— Certo, certo. Já estou indo! — mais uma vez a risadinha — Não demoro ok? Tenho que desligar. Tchau Liz.
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Fiquei com o telefone grudado na minha orelha tentando imaginar o que ele estaria fazendo e com quem; mas minha mãe me tirou desse pequeno “transe”.
— Ele vem, Elizabeth??
—É... sim, ele tá vindo.
— Ah! Graças a Deus! É melhor já descermos pra ser mais rápido, vou te ajudar, espera um pouco querida.
Ela começou a arrumar a cama, tirando os cobertores e lençóis de cima de mim e me pediu pra ficar sentada enquanto ela buscava o Ricardo.
Peguei meu celular e fiquei segurando ele, correndo pelas 2 últimas chamadas.
Ryan e Justin.
Eu tinha sido rude com o Ryan, desligado na cara dele.
Argh! Será que devo ligar pedindo desculpas e explicar tudo? Não... não conseguiria falar com ele agora... melhor deixar pra depois que eu voltar pra casa, sã e salva.
Justin.
Ele iria vir aqui... eu vou ter que explicar tudo de um jeito ou de outro; mas eu não tenho muito a explicar, somente que sou idiota o bastante pra tentar andar — de novo — com meu pé estraçalhado...
Queria mais é que ele me explicasse o que ele estava fazendo quando liguei; arfante e com uma garota pelo que parece. Hahaha, claro que logo de cara também pensei nisso, e se chutar certo, todos já sabemos — ergh, será que ele atendeu o telefone enquanto...? ai meu Deus — mas eu queria que saísse da boca dele..
Ai Senhor! O quê eu estou fazendo?? Querendo explicações e respostas de uma pessoa que nem posso me dizer amiga!!
Sai, sai , saaaaaaaaaai pensamento estúpido!
Alguém vinha correndo pelo corredor e claro que era minha mãe.
— Vamos filha! Vem, pega as muletas. Ricardo!! Ajuda ela daquele lado, filho!
Bom, Ricardo era pequeno então tive que dar uma certa ajudinha pro lado dele, não deixando meu corpo se soltar completamente pra ficar mais leve. Já minha mãe não, ela escolheu o lado esquerdo que era o lado com meu pé quase sem vida.
Foi uma batalha pra chegarmos até lá em baixo; foi rápido mas pra mim pareceram anos de dor.
Um carro chegou na nossa porta e já que minha mãe não tinha me soltado, já me levou até a porta e abriu.
Nós vimos um Justin com uma calça cinza, seus tênis Supra com certeza — eu fiquei sabendo que ele ama essa marca pela internet... grande fiel a internet — uma camiseta azul com gola, bem amassada. Ele veio correndo até nós.
— Que foi?? O que você fez, Elizabeth?! — ele tinha a cara de preocupado mais linda que eu já vi, e substituiu meu irmão, me pegou no lado direito pela cintura e me senti mais segura. Ele praticamente me carregava.
— Hãn, olha. Só me leva pro hospital! Por favor.
Ele olhou pra minha mãe e ela fez sim com a cabeça, então logo estávamos no carro.
Ele me sentou no banco do lado do motorista e minha mãe e meu irmão estavam no banco de trás. Foi rápido, de carro em questão de minutos chegamos no hospital. Entramos e nos sentamos na sala de espera, eu, Justin e o Ricardo.
— Então... o que você fez dessa vez? — Justin perguntou.
— Ah. É que... minha mãe. Ela estava mal e eu fui tentar ajudar ela sabe... mas meu pé não quis colaborar. Há
— Hum...
Ele olhava pro chão, e eu abri a boca pra falar: “ e você? O que estava fazendo quando te liguei?” mas fechei imediatamente.
— Lizzie... — meu irmão falou pela 1ª vez entre nós. Eu e o Justin olhamos pra ele — O que tá acontecendo?
Eu dei um sorrisinho pra inocência dele, coitadinho, ele estava assustado. Com uma mão segurei a mão dele e com a outra o rosto.
— Ah Rick, vai ficar tudo bem. Logo vamos sair desse hospital.
— Não não, Liz. A mamãe e o papai. O que tá acontecendo com eles?
Tirei o sorriso do rosto e Justin percebeu.
— Papai e mamãe, Rick? Porquê você tá perguntando deles?
Droga. Eu sabia. A mamãe estava daquele jeito por causa do papai.
— Ontem... quando a mamãe me colocou pra dormir, ela e o papai brigaram. De novo. E muito alto, eu não gosto disso Lizie.
Ele começou a chorar, eu fiquei sem reação e o abracei.
— Eles... eles falaram que não se amam, eu não queria ter ouvido isso!
Eu quase chorei também, não acredito.
Mas minha mãe estava voltando da recepção, então saí do abraço e limpei as lágrimas do Rick, beijei a testa dele e disse em seu ouvido: “ fica calmo amor, eu estou aqui viu?” ele deu um sorrisinho. O Rick era quase tudo pra mim, eu amo demais ele. Eu acho que até mimo ele, porque só tento deixar ele feliz e confortável. Nós confiamos um no outro e era o que era preciso que ele fizesse agora, confiasse em mim.
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Desculpem! :~/
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